Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriram que o risco de uma pessoa desenvolver a síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma complicação neurológica rara, após a infecção com o coronavírus é até quatro vezes maior do que depois da vacinação contra a Covid-19.
Em julho deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre casos raros de síndrome de Guillain-Barré pós-vacinação com os imunizantes da AstraZeneca, Janssen e Coronavac. A condição é um distúrbio neurológico autoimune onde o organismo ataca e danifica as células nervosas.
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No estudo publicado nesta segunda-feira (25/10) na revista científica Nature, os pesquisadores da universidade inglesa analisaram dados de 35 milhões de pacientes da Inglaterra e da Escócia.
Eles descobriram que a condição afetou 38 em cada 10 milhões de pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca, mas o risco aumenta aproximadamente quatro vezes quando uma pessoa é infectada pelo novo coronavírus, chegando a 145 casos por 10 milhões de pessoas.
Casos de síndrome de Guillain-Barré associados à vacina de dose única da Janssen e Coronavac não foram estudados na pesquisa de Oxford. A condição não foi relacionada ao imunizante da Pfizer até o momento.
“Embora existam riscos aumentados de complicações neurológicas muito raras associadas à vacina de Oxford/AstraZeneca, eles são muito menores do que os riscos associados à própria infecção por Covid”, disse a coautora do estudo, Julia Hippisley-Cox.
A professora destacou que, apesar de os casos serem extremamente raros, conhecer a condição é importante para garantir que os médicos saibam o que procurar, ajudando no diagnóstico precoce dos pacientes.
Os principais sintomas da doença são dormência ou queimação nas pernas que evoluem para os braços e mãos; fraqueza progressiva, que sobe dos membros inferiores até o pescoço e cabeça; e dor neuropática na região lombar ou nas pernas.
Fonte – Metropóles