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No mês das mulheres, ABN Lab aborda o impacto dos hormônios nas pacientes com esclerose múltipla

Mais uma edição do ABN Lab está a caminho: no dia 26 de março, o impacto dos hormônios nas mulheres com esclerose múltipla será examinado pelas ginecologistas e obstetras Isabel C. de Almeida, especialista em reprodução assistida e coordenadora do Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento, e Ana Selma Picoloto, professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e ex-presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (2020-2022).


Segundo a moderadora da discussão, a neurologista Maria Cecília Aragon de Vecino, coordenadora do Núcleo de Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes do Hospital Moinhos de Vento e membro colaboradora do registro internacional de pacientes com esclerose múltipla (MSBase Neuro-Immunology Registry), fatores hormonais têm papel significativo na maior incidência de EM em mulheres.
“Hormônios interferem no sistema imunológico, e suas variações fisiológicas na vida da mulher são preponderantes na regulação de cenários mais inflamatórios ou menos, como na gravidez”, explica.


A propósito, ela destaca que as portadoras em idade fértil devem estar atentas à anticoncepção e ao planejamento familiar, uma vez que essas questões podem alterar opções terapêuticas. “Hoje”, pontua, “a tendência é considerar a gestação um período de segurança em relação à atividade inflamatória da esclerose múltipla; uma fase de ‘tolerância’ imunológica mediada por hormônios como o estrogênio. Em casos específicos, pode-se considerar o uso de drogas modificadoras da doença durante esses meses”.
Vale frisar que cada caso é único, pondera a dra. Maria Cecília. O primeiro passo a ser dado é individualizar a situação neurológica, clínica e ginecológica de cada paciente. “Com o conhecimento que reunimos na atualidade sobre a fisiologia hormonal do processo gestacional, temos condições de definir o melhor momento para gestar e os cuidados durante a gravidez, além de prevenir problemas no puerpério de modo eficaz.”


“Em comparação com a realidade de poucos anos atrás, o que vivemos é uma revolução. O sonho de ser mãe já não representa um perigo para as mulheres com esclerose múltipla”, comemora.


Para a médica, é importante que um webinar com esse tema aconteça em março, mês das mulheres: “Trata-se de uma oportunidade para refletirmos por que razões, ao longo da história da ciência, a saúde feminina tem sido invisibilizada, ainda que dela dependa a procriação, assunto tão caro aos homens; e uma oportunidade também para celebrar as mobilizações em prol do reconhecimento e da reconstrução das nossas trajetórias”.

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