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Desfechos da craniectomia descompressiva para infarto maligno da artéria cerebral média em um hospital acadêmico no Brasil

Destacamos artigo do periódico Arquivos de Neuro-Psiquiatria, que poderá ser acessados na íntegra a partir de link ao final do texto.

O acidente vascular cerebral isquêmico é uma das principais causas de morte e de incapacidade em todo o mundo. Em regiões de renda média, como Brasil e outros países latino-americanos, o risco de acidente vascular ao longo da vida é ainda maior, e o número de mortes por essa condição tem aumentado nas últimas décadas. Além disso, o cuidado com o acidente vascular cerebral não está bem estabelecido na maioria desses países, o que torna o tratamento do infarto maligno da artéria cerebral média ainda mais desafiador.

O infarto maligno da artéria cerebral média é uma condição extremamente debilitante que afeta aproximadamente 10% dos casos de acidente vascular cerebral supratentorial e tem uma taxa de mortalidade de até 80% quando tratado clinicamente. Para enfrentar esse desafio, a craniectomia descompressiva tem sido avaliada como uma medida salvadora de vidas para reduzir o inchaço cerebral e melhorar os resultados.

Estudo restrospectivo realizado no Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto, por pesquisadores das áreas de neurologia e neurocirurgia, avaliou o resultado funcional de pacientes com infarto maligno da artéria cerebral média tratados com craniectomia descompressiva. A partir da análise de um banco de dados de pacientes com acidente vascular cerebral, foram incluídos no estudo todos os pacientes submetidos à craniectomia descompressiva para tratar o infarto maligno da artéria cerebral média de janeiro de 2014 a dezembro de 2017. O estudo incluiu a análise das características clínicas e demográficas dos pacientes.

São alguns dos principais achados:

  • Dos 53 pacientes incluídos no estudo, a taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 30,2%.
  • Após um ano de acompanhamento, 47,1% dos pacientes tiveram um resultado funcional favorável (medido pela escala de Rankin modificada, mRS ≤ 4).
  • Quando considerados apenas os pacientes com idade igual ou inferior a 60 anos, tratados dentro de 48 horas após o início dos sintomas, a proporção de resultados favoráveis aumentou para 55,1%, sem casos de sobrevivência com deficiência grave (mRS 5).

A craniectomia descompressiva continua sendo uma medida vital no tratamento do infarto maligno da artéria cerebral média, especialmente em países de renda média, como o Brasil. Os resultados desse estudo destacam a importância do procedimento na redução da mortalidade e na melhoria da qualidade de vida dos sobreviventes.

REFERÊNCIA

Oliveira LFR, et al. Outcomes of decompressive craniectomy for malignant middle cerebral artery stroke in an academic hospital in Brazil. Arq. Neuropsiquiatr. 2023; 81(9): 778–784. DOI: https://doi.org/10.1055/s-0043-1772602.

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