A conscientização da sociedade sobre a Doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) segue no radar da Academia Brasileira de Neurologia e dos neurologistas do país. A ABN, aliás, apoia a campanha Setembro Azul, capitaneada pela Associação Brasileira de Portadores da Doença de Charcot-Marie-Tooth (ABCMT), que visa à reflexão e à orientação.
Eduardo Uchôa, neurologista com área de atuação em Dor pela ABN, explica que as neuropatias sensitivo-motoras hereditárias, também conhecidas como Doença de Charcot-Marie-Tooth, constituem um grupo de desordens do sistema nervoso periférico que costumam se manifestar na infância ou na adolescência.
O quadro clínico é habitualmente caracterizado por fraqueza muscular lentamente progressiva e de predomínio distal, deformidades ortopédicas (pes cavus) e alterações na sensibilidade (dormência, hipoestesia tátil, dor neuropática).
Algumas variantes podem estar associadas a alterações no sistema nervoso central, surdez neurossensorial, oftalmológicas (atrofia óptica) e escoliose.
Ainda não há tratamento curativo para a doença. No entanto, existem estudos pré-clínicos em andamento sobre uso de novas tecnologias, incluindo Doença Charcot-Marie-Tooth, foco diário técnicas de interferência de RNA e CRISPR/Cas9.
Há pouco tempo, tivemos a conclusão de um estudo de fase III com uso do medicamento PXT3003, uma combinação de baclofeno, naltrexona e sorbitol, em paciente com duplicação do PMP22 (CMT1A).
Também é necessário ressaltar a importância da atividade física e da correta avaliação para uso de auxílio-locomoção (órteses, palmilhas e outros). Em alguns casos específicos, pode ser indicado procedimento cirúrgico ortopédico.