Obstinação vem do latim obstinare – é formada por ob, “à frente”, e stare, “ficar em pé, estar”. Diante de ameaças de reveses que podem ocorrer pontualmente na vida e/ou em nossa especialidade, é nessa potente palavra que me escoro. No Brasil, nós, neurologistas e demais colegas médicos, temos a gana em comum: enfrentamos de cabeça erguida a dura resistência de um país que pouco valoriza a ciência e o esforço de quem se dedica à saúde humana.
A “obstinação” pauta o trabalho da Academia Brasileira de Neurologia, e temos colhido frutos: publicando uma nota de apoio à reportagem do Fantástico, programa da Rede Globo, sobre profissionais que vêm realizando tratamentos sem evidências científicas em casos de doenças como câncer, Parkinson e Alzheimer. Assim, continuamos fazendo frente à irresponsabilidade.
Recentemente, ao divulgar a lista dos aprovados na prova de 2023, abordamos e reiteramos a importância do título de especialista em Neurologia; também noticiamos momentos de destaque de eventos de alto nível de todo o mundo, como a Alzheimer’s Association International Conference.
Essa atuação vibrante da ABN é possível porque não nos afastamos de nossos valores e compromissos, proporcionando educação médica continuada e atualização de qualidade aos nossos membros, e estimulando o progresso científico para oferecer o melhor às pessoas.
Hoje mesmo, observamos uma epopeia vivida por neurologistas e pacientes que solicitam exames genéticos, além de todos os outros desafios enfrentados por aqueles que se preparam para a prova de título. Debatemos os clássicos, mas vivemos e aprendemos sobre os avanços que já nos são possíveis com a Inteligência Artificial.
Neste outubro, em que aos 18 se destaca em várias partes do planeta o Dia do Médico, meus aplausos a todos colegas do Brasil. Que ecoem aos ventos as minhas palavras, os meus parabéns a todos – de todo o mundo. Ficam o especialíssimo abraço e as homenagens da ABN às (os) neurologistas de cada ponto do país.
Obrigado e sucesso sempre.
Carlos Roberto de Mello Rieder, presidente da Academia Brasileira de Neurologia