Desde a criação da primeira Liga Acadêmica no Brasil, a Liga de Combate à Sífilis, na Universidade de São Paulo, observou-se o surgimento de diversas organizações similares em outras áreas do conhecimento, incluindo a Neurologia.
Aliás, as Ligas Acadêmicas são historicamente de extrema relevância para a disseminação do conhecimento científico e para despertar maior interesse dos estudantes de Medicina pela Neurologia. Consistem, basicamente, em associações civis e científicas livres, de duração indeterminada e sem fins lucrativos, que visam complementar a formação acadêmica em diversos assuntos. Criadas por discentes, docentes e profissionais interessadas no tema abordado, são reconhecidas pela instituição de ensino de origem e atuam em áreas específicas. Compreendendo a importância das Ligas para o futuro da Neurologia, o Departamento de Ligas Acadêmicas da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e a Associação das Ligas Acadêmicas de Neurologia (ABLAN) buscam estreitar os laços destas organizações com a ABN e fortalecer a integração/ inclusão por todo o país.
“É uma importante forma de se aproximar dos alunos, que serão futuros neurologistas. A ideia é que possamos contribuir com essas entidades, pois elas são uma peça-chave para despertar o interesse pela especialidade”, explica Eduardo Uchôa, neurologista da Unidade Lago Norte da Rede SARAH e Diretor da Regional Centro-Oeste da ABN.
Visando ao desenvolvimento e educação continuada dos alunos, a ABN conta com diversos projetos em andamento para os participantes das Ligas. “Há uma discussão sobre a possibilidade de elaborarmos um podcast informativo. Também programamos aulas com alunos de todas as Ligas do Brasil, sobre temas atuais e de grande importância para a formação acadêmica”.
Para Carlos Rieder, presidente da ABN, a aproximação com as Ligas representa a chance de suprir uma carência de nível nacional na qualidade de formação dos futuros profissionais.
“O estudante que deseja se especializar em Neurologia usufrui de grandes benefícios na ABN. Buscamos sempre fornecer conhecimento de qualidade e desenvolvimento profissional. Há ainda a possibilidade de conhecer e trocar experiências com alunos de diversos estados, assim como professores renomados nacionalmente”, destaca Rieder.
EVENTO ESPECIAL NO XXX CONGRESSO
Neste ano, no XXX Congresso Brasileiro de Neurologia, no dia 21 de setembro de 2022, das 13:00 às 15:00, haverá uma mesa-redonda para debater aspectos importantes sobre as Ligas Acadêmicas e seu papel na formação dos alunos de graduação em Medicina
“No mesmo dia em que os Departamentos Científicos da ABN estarão com palestras, teremos um turno para discussão do ensino da neurologia na graduação e o papel das ligas acadêmicas. Será uma oportunidade de congregar as ligas e aproximá-las mais ainda da Academia”, esclarece Norberto Frota, professor do Curso de Medicina da Unifor, Ceará, coordenador da Residência Médica em Neurologia do Hospital Geral de Fortaleza e presidente do XXX Congresso Brasileiro de Neurologia.
Há um projeto em andamento para criação de diretrizes para o funcionamento dessas organizações, pensando num ambiente representativo e em mais benefícios na troca de experiências. Assim, torna-se cada vez mais importante que as Ligas de Neurologia de todo o Brasil estejam filiadas ao Departamento de Ligas Acadêmicas da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e à Associação das Ligas Acadêmicas de Neurologia (ABLAN).