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Neurologia e samba no pé

Foi em uma mesa de bar, entre uma e outra, que nasceu o grupo Sambabinski. Cinco jovens médicos (Diego Sodré, Herval Ribeiro Soares Neto, Breno Barbosa, Maurício Teixeira, Neuro Rodrigues e Marcio Nattan), já unidos pela residência médica no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, resolveram compartilhar o amor comum pelo samba, criando uma espécie de trupe musical.
O nome da banda, Sambabinski, é uma homenagem ao neurologista polonês Joseph Babinski, o primeiro a descrever o reflexo cutâneo plantar em extensão, indicativo de lesão do sistema nervoso, ainda hoje de extrema importância para a prática neurológica.
Daí a descoberta ter recebido o nome pelo qual é conhecida até hoje: “sinal de Babinski”. De acordo com Marcio Nattan, médico e bamba no pandeiro, “o nome conseguiu transmitir tão bem a alma da banda que ninguém pensou duas vezes. Nos tornamos o Sambabinski”.

A origem

“Antes de virarmos uma banda, tocar e cantar eram válvulas de escape em encontros às sextas, após uma semana intensa de trabalho na residência”, relembra Herval Ribeiro Soares Neto, vocalista. “Nos juntávamos para fazer música, descansar e relaxar. Veio então uma oportunidade de fazer show no Congresso Paulista; a partir de então, passamos a ensaiar religiosamente durante um ano. Juntamos uma turma de neurologistas instrumentistas e outros apenas apreciadores da boa música, como eu rs. A mistura deu certo!”

Amizade


Breno José Barbosa, o instrumentista do tantã, surdo e percussão, vê no Sambabinski a representação da felicidade das amizades, dos amigos de hospital, da residência, da neurologia:
“A gente era unido pelo amor à especialidade e à música. Tanto o Herval quanto o Marcio já eram amigos próximos. Idealizamos o projeto e fizemos os primeiros ensaios de forma informal, ou seja, em confraternização e em festas de fim de ano, juntávamos os instrumentos, o pandeiro, o vocal, o violão, para relaxar e para curtir. Com o passar do tempo, vieram os demais e viramos banda.”.

Quando da primeira apresentação oficial do grupo, na abertura do Congresso Paulista de Neurologia de 2019, sucesso total. O público, formado por neurologistas de todos os pontos do país e de diversas gerações, abraçou calorosamente, com muitos aplausos, a banda.

Diversão e leveza


Animados com a excelente experiência, os médicos-músicos ganharam mais pique para se apresentar em outros congressos, seminários e encontros médicos. Sempre visando contagiar a audiência com alegria e samba no pé.


Para Nattan, aliás, o samba é uma vertente artística que abraça o protesto, a reflexão existencial, o amor e a amizade.
“O Sambabinski vem para trazer um pouco disso para a área médica, que demanda muita atenção e energia. Nossa atuação nada mais é do que uma licença para quebrar a solenidade necessária do trabalho e dar espaço à diversão leve, mas com conteúdo também capaz de mexer conosco e com nosso público”.

Cérebro legal

Homem do cavaquinho, Diego Sodré confidencia que o samba também é válvula para desligar um pouco da correria do dia a dia:“Fazer música ajuda bastante no lado profissional, acho que deixa a cabeça muito mais leve, inclusive ativa áreas do nosso cérebro”.


Neuro de Almeida Neto, do violão, destaca o fato de o samba ser patrimônio cultural e histórico:
“Está no coração de cada brasileiro… Nossa música é uma pequena contribuição para manter tradições. O caminho é árduo, mas vamos em frente”.


Por fim, Mauricio Teixeira, percussão, tantan, relata que agora, com a possibilidade de mais atividades presenciais, eles têm a esperança de que o Sambabinski engrene uma série de apresentações por aí.
Tomara, afinal, como diz Milton Nascimento, a voz das Minas Gerais, “Todo artista tem de ir aonde o povo está”.

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