A Academia Brasileira de Neurologia traz relevante alerta sobre método denominado de indução de proteínas de choque térmico, que, inadvertidamente, vem sendo proposto a pacientes de diversas doenças neurodegenerativas, como as doenças de Alzheimer, de Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica.
Diante de notícias veiculadas recentemente em alguns órgãos de mídia, enfatizamos a todos os cidadãos e, em especial, aos pacientes acometidos e seus familiares, aos médicos de todas as áreas, aos nossos colegas neurologistas e associados da ABN que a técnica não tem qualquer sustentação científica.
É essencial que seja cada vez mais evidenciado à população que todo procedimento terapêutico deve obrigatoriamente passar por rigorosa etapa de testes para confirmação de eficácia e segurança antes de ser aplicado clinicamente.
Em não havendo evidências de efetividade à luz da Ciência, a adoção é estranha aos postulados da Medicina. Assim, configura infração ética, inclusive por expor pacientes a riscos e/ou perdas econômicas, dependendo de cada caso.
Promessas de melhora ou cura em episódios de doenças tão graves – sem sólida base científica – são um ardil em geral, e especialmente em episódios de saúde tão graves que, não raramente, fragilizam pacientes e seus familiares.
Pelo exposto, condenamos a utilização e a infundada criação de expectativas sobre o método de indução de proteínas de choque térmico, pela inveracidade e improcedência.
Aos pacientes acometidos por doenças como Alzheimer, de Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica, entre outras, a ABN reafirma o compromisso da neurologia do Brasil e de nossos especialistas em adotar sempre os melhores e mais eficazes tratamentos, os quais indubitavelmente estarão alicerçados pela investigação clínico-científica.
Dezembro de 2021
Diretoria da Academia Brasileira de Neurologia