A abertura do Congresso Brasileiro de Neurologia 2021 terá conferência magna de uma estrela internacional das ciências e das letras: o professor Daniel L. Everett, da disciplina de Ciências Cognitivas da Bentley University, Estados Unidos, com mestrado e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela discorrerá sobre a relação entre linguagem e cérebro.

Everett é admirado em todo o planeta por seus estudos em língua pirahã da Amazônia, adquiridos ao longo de 32 anos de pesquisa, além do contato direto com os indígenas, tendo vivido 7 anos em suas aldeias. Publicou mais de 120 artigos e 15 livros. Além do pirahã, é fluente em português e espanhol e possui um amplo conhecimento de outras 23 línguas indígenas do Brasil, como xavante, karitiana e oro win, e de línguas nativas do México e dos Estados Unidos.

O Congresso ocorre de 3 a 7 de setembro, totalmente on-line. Além de discussões relacionadas a todas as subáreas da Neurologia, merecerão destaque especial as abordagens sobre a Covid-19, os impactos da vacina e as sequelas neurológicas.

Aliás, em virtude de a pandemia de Covid-19 estar longe de respostas definitivas, toda a programação será a distância, porém riquíssima em termos de conteúdo e debates.

Serão mais de 300 palestras e 122 atividades diferentes, entre conferências, mesas redondas, apresentações de trabalhos e sessões plenárias. Passam dos 1.000 os trabalhos submetidos para exibição em formato de pôster e para apresentações orais, quando ocorrerá também a sessão Desafios em Neurologia.

A formação em Neurologia também estará em polêmica, durante palestra sobre os diferenciais da residência no Brasil com a dos Estados Unidos. Já a Defesa profissional, terá uma mesa sobre de telemedicina, tratando dos pós e contras, assim como da aplicação de novas tecnologias. Para completar, haverá a apresentação da melhor tese de mestrado e doutorado no Prêmio coruja.

Estão confirmados 302 convidados nacionais e 30 internacionais para proferir palestras. São nomes conceituados da Neurologia mundial, como os americanos Albert Espay, professor associado e presidente do Centro James J e Joan A Gardner para a Doença de Parkinson da Universidade de Cincinnati, Brenda Banwell, chefe de Neurologia Infantil e professora de Neurologia e Pediatria no Hospital Infantil da Filadélfia, e Anthony Amato, chefe da Divisão Neuromuscular e Diretor do Laboratório de Neurofisiologia Clínica do Brigham and Women’s Hospital em Boston, além do inglês Andrew Lees, do National Hospital for Neurology and Neurosurgery, Queen Square, Londres, só para citar alguns.

De acordo com o presidente da Academia Brasileira de Neurologia, Carlos Roberto de Mello Rieder, independentemente de não ser presencial, a vigésima nona edição tem tudo para ser uma das melhores e mais ricas da história da especialidade.

“Teremos a oportunidade de acompanhar mestres que são referência na Europa, nos Estados Unidos, de assistir aulas de boa parte de nossos mais qualificados professores. Certamente um momento ímpar para o desenvolvimento profissional continuado e a qualificação permanente de todos nós, neurologistas”