Uma pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos concluiu que o uso de medicamentos contra a insônia por parte de mulheres não significa ter uma melhor noite de sono necessariamente.
O estudo, publicado na revista médica BMJ, reuniu informações de mais de 600 mulheres com idades entre 42 e 52 anos. Desse total, 238 usaram medicamento e outras 447 não. De acordo com os cientistas, aquelas que utilizaram algum tipo de droga para ajudar na dificuldade em dormir durante um ou dois anos não tiveram uma noite de sono melhor do que as que não tomaram nenhum remédio
Entre os medicamentos analisados estão benzodiazepínicos, drogas Z que incluem zolpidem (Ambien), zaleplon (Sonata) e eszopiclona (Lunestra), bem como outras drogas destinadas à ansiedade e depressão.
Na década de 1990, o zolpiem era o remédio mais receitado no mundo para tratamento da insônia.
Ambos os grupos relataram níveis semelhantes de distúrbios do sono, como dificuldade em adormecer uma em cada três noites, acordar frequentemente em duas de três noites ou acordar cedo.
As mulheres preencheram um questionário anualmente, classificando seu sono em uma escala de 1 a 5, variando de nenhuma dificuldade em nenhuma noite (nota 1) a dificuldade em 5 ou mais noites por semana (nota 5).
Estima-se que nove milhões de adultos nos EUA receberam medicamentos prescritos para ajudar a adormecer e manter o sono, apontam os pesquisadores.
“Isso reenfatiza o que já sabemos — que não podemos simplesmente dar remédios às pessoas e a história está acabada. Temos que informar nossos pacientes sobre o cuidado de tomar remédios de longo prazo, e é possível que eles não obtenham o benefício”, afirmou o porta-voz da Academia Americana de Medicina do Sono, Raj Dasgupta.
Dasgupta, que não participou do estudo, observou que a pesquisa revelou que as mulheres que tomam remédios para dormir não relataram que sua insônia piorou durante o período do estudo.
“A insônia é muito difícil de tratar porque há muitos fatores envolvidos nela. Acho que este é um momento não apenas de olhar para a insônia em si, mas as raízes que a causam”, acrescentou.
Metade das participantes eram fumantes ou ex-fumantes, e uma em cada cinco bebia muito, o que pode afetar o sono.
O ensaio faz parte do escopo de uma pesquisa mais ampla, chamada de Swan (Estudo da Saúde da Mulher na Nação), que foca nas mudanças durante a menopausa.
Fonte: UOL